Maturidade Digital: o que realmente sustenta um avanço?

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Vivemos um tempo em que a palavra “transformação digital” já perdeu a força de novidade. Ela se espalhou como um mantra corporativo, presente em apresentações de líderes, KPIs de inovação e planejamentos estratégicos. Mas entre o discurso e a prática, existe um abismo, e muitos de nós, profissionais, caímos dentro dele.

Eu senti isso na pele.

Por quase duas décadas, fui parte de grandes estruturas que exigiam alta performance, domínio técnico e entrega veloz de resultados. Mas, por trás do brilho das metas e dos jargões modernos, faltavam os pilares básicos da maturidade digital: cultura adaptativa, processos integrados, investimento em ferramentas e capacitação contínua.

Enquanto se cobrava que os profissionais dominassem jornadas híbridas, martechs, audiências lookalike e estratégias full-funnel, a própria liderança não estava preparada para sustentar essa cobrança. Os sistemas internos não conversavam entre si. Os dados estavam disponíveis, mas não organizados. A cultura ainda era analógica, com corpo de digital por uma fachada de dashboards coloridos.

Foi nesse vazio entre expectativa e estrutura que percebi o papel essencial do olhar consultivo sobre a maturidade digital. Não basta contratar uma ferramenta nova ou investir em mídia programática: é preciso costurar uma nova lógica, em que pessoas, cultura, tecnologia e negócio caminhem juntos.

A ilusão da digitalização

Muitas empresas acreditam que digitalizar é colocar um chatbot na frente do atendimento. Outras, que basta uma landing page com CRM para dizer que têm dados. Outras ainda adotam ferramentas sofisticadas, mas não têm estrutura de uso ou clareza de propósito. O resultado? Canais híbridos desconectados, fluxos truncados, times sobrecarregados e KPIs que não sustentam o negócio, apenas alimentam relatórios.

Em um dos casos que acompanhei, a jornada do cliente começava pelo digital (busca orgânica, anúncio segmentado, interação no WhatsApp), mas terminava com uma venda presencial sem qualquer registro conectado. Resultado: o time de performance era cobrado por leads não convertidos e a área de vendas não era responsabilizada pela continuidade. Uma orquestra em que cada músico tocava sozinho, e a sinfonia era sempre cobrada do mesmo time.

Transformação digital não é sobre canais. É sobre lógica.

A mudança de paradigma: do controle à fluidez

O mundo que conhecemos, estruturado por processos fixos e silos hierárquicos, está ruindo. A lógica da escassez, que gerou monopólios de saber e estruturas centralizadoras, está sendo substituída por uma lógica de redes, dados, colaboração e aprendizado contínuo.

Economicamente, isso representa uma migração do valor tangível para o valor intangível: a cultura, o dado, o conteúdo, o tempo e a atenção tornam-se ativos centrais. Culturalmente, vivemos o colapso das certezas: a autoridade já não está nos cargos, mas na capacidade de gerar conexão, sentido e resultado. Filosoficamente, estamos diante da transição de um paradigma cartesiano (fragmentado, linear) para um paradigma sistêmico, em que tudo se influencia.

Nesse cenário, a maturidade digital é menos sobre ferramentas e mais sobre entendimento.

Três pontos que não podem ser ignorados

  1. Cultura Corporativa
    Toda transformação começa pela cultura. Empresas que ainda valorizam controle, verticalidade e aversão ao erro não conseguirão se adaptar. É preciso criar espaços seguros para testes, formar lideranças que aprendam junto, e aceitar que o digital é feito de versões, mas nunca de certezas absolutas.
  2. Processos e Ferramentas
    Martech sem integração é só mais um custo. Não adianta contratar plataformas se os dados não são lidos, se o time não é treinado e se a inteligência do negócio não estiver atenta à jornada completa. Digitalizar sem otimizar é pintar a parede de uma casa com infiltração.
  3. Pessoas e Habilidades
    A transformação só acontece com gente. Gente que entende o negócio, mas também o consumidor. Que saiba ler indicadores, mas também ouvir. Que domine plataformas, mas não perca o olhar crítico. Em muitas empresas, falta essa mistura: ou se tem tecnocratas sem visão de negócio, ou gestores de negócio sem fluência digital. A maturidade real está na interseção.

KPIs como armadilhas

Em muitos casos, os próprios KPIs se tornam armadilhas. Empresas estabelecem indicadores descolados do real objetivo de negócio, forçando os times a entregas que não sustentam o crescimento. O time corre, entrega, ajusta, mas a régua está no lugar errado.

O ciclo se repete: frustração, sobrecarga, burnout.

Não é só uma questão operacional. É um modelo mental que precisa ser atualizado.

O papel da GAB⚡️

Foi a partir dessas vivências que criei a GAB⚡️: uma consultoria que entende o cenário por dentro e atua como interlocutora de mudanças. Não para apontar erros, mas para construir soluções. Com leveza, mas com profundidade. Com adaptação ao mercado, mas sem abrir mão de propósito.

Nosso papel é ajudar empresas a maturar digitalmente de verdade — nos detalhes, nos fluxos, na cultura e nas decisões. Ajudamos desde a estruturação de jornadas e squads, até a definição de KPIs viáveis, escolha de ferramentas e treinamento de times. O foco é um só: gerar valor real para o negócio, com eficiência, visão estratégica e fluência digital.


Se você sente que sua empresa vive um descompasso entre expectativa e estrutura, entre discurso e entrega, talvez esteja na hora de dar o próximo passo.

Vamos conversar.
Com estratégia, profundidade e uma dose de coragem, o novo mundo já está à sua espera.

GAB⚡️ — Potencializador de Marcas e Negócios.


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